Professor fofocando na escola

Como lidar com a fofoca na escola?

Comunicação escolar
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Apesar de corriqueira, a fofoca pode se tornar um mecanismo de violência verbal e de desqualificação do outro e é papel da comunidade ajudar no combate a tal prática. Num ambiente heterogêneo como o escolar, composto por pessoas com hábitos e valores diferentes, lidar com a fofoca na escola pode ser desafiador. 

Vale destacar que as fofocas não estão restritas ao ambiente escolar e acontecem independentemente da cultura, contexto do momento e classe social e econômica. As interações humanas são permeadas pela fofoca, que acaba sendo uma prática utilizada para gerar pertencimento a um grupo.

Outro problema que a escola terá que lidar é a raiva, hostilidade e revolta que a situação irá gerar no aluno alvo, além é claro dos problemas com os responsáveis da criança ou adolescente. E ao envolver a família na situação, a escola pode ver o processo de fidelização ir por água abaixo.

Nesse artigo, trazemos algumas reflexões sobre o assunto, como a escola pode lidar com as fofocas e até mesmo acabar com elas. Acompanhe!

Razões para existir a fofoca na escola

Ao fazer uma pesquisa sociológica sobre a fofoca na escola, os pesquisadores Verônica da Conceição Silva e Francisco Alencar Mota reforçam que o "disse-me-disse" entre os alunos muitas vezes perpassa o julgamento de valores a partir de quem divulga, e acontece "na caracterização de como se transmite as informações, quase sempre de quem está ausente, pois se esse alvo estivesse presente dificilmente seu nome seria mencionado".

"A fofoca, portanto, satisfaz a curiosidade de seus interlocutores e desempenha uma função catártica, que promove status social e realização de desejos, podendo transmitir informações de cunho íntimo e pessoal dos envolvidos", aponta a pesquisa, que ainda ressalta que muitas vezes a fofoca serve como um mecanismo de integração de grupos.

A fofoca existe na escola a partir do momento que alguma ação foge do padrão esperado por algum grupo. Com isso, segredos de alunos acabam sendo espalhados sem o consentimento, histórias falsas e boatos são alvo das rodas de conversa no intervalo, e o disse-me-disse ganha os corredores da escola. Quanto mais íntima for a história, maior será sua circulação.

Fofoca entre alunos e a relação com o bullying

Uma história compartilhada por meio da fofoca pode acabar se tornando caso de bullying, principalmente porque a fofoca geralmente tem um viés negativo. Muitas vezes, ela extrapola os muros da escola e acontece também em ambiente virtual. No online, a intimidação a qual o aluno passa tem potencial para viralizar e ficar imortalizada na internet.

O fuxico acaba afetando a reputação e a imagem do alvo da conversa. Com a fofoca, podem surgir apelidos, discriminação e a negação do outro, ocasionando muito sofrimento para estudantes e suas famílias.

Em sua pesquisa sobre o que desperta a raiva em adolescentes na escola, a educadora Anniely Laís Lima Melo explica a relação entre fofoca e bullying:

"Como prática de negação dos direitos humanos, a fofoca, o apelido e os xingamentos são práticas de bullying e negam o direito do outro de afirmar sua identidade. Compreende-se que tais práticas de negação são formas opressoras de relacionamento interpessoal e impedem que os sujeitos fortaleçam sua identidade."

Grupos de pais no WhatsApp

Não apenas os alunos podem ser os que iniciam as fofocas, os grupos de pais no WhatsApp também são espaços propícios para boatos, fofocas e polêmicas envolvendo a escola. E depois que uma história viraliza, conter a repercussão dela pode ser uma tarefa árdua demais.

Mãe de duas meninas, Erica Blumer Pinto conta que já teve problemas duas vezes com grupos de mães e, por isso, não é adepta da comunicação feita pelo WhatsApp. 

"Uma das vezes foi até por questão pequena. Era para colocar a opinião particular de cada uma e no fim virou um super questionamento. Procuro não usar porque vejo que não é todo mundo que está ali para falar da escola", disse Erica Blumer Pinto. 

"Nos grupos, as pessoas não querem apoio e sim seguidores. Quando a gente quer resolver um problema, a gente manda um ClassApp e lida diretamente com a escola e sem expor ninguém. No WhatsApp, geralmente a pessoa quer expor um professor e precisa de apoio para aquilo", explica.

No colégio em que as filhas estudam, o ClassApp, aplicativo de comunicação escolar digital, é a ferramenta oficial de comunicação entre escola e família.

"Quando preciso, falo diretamente com o setor responsável na escola e uso a linha direta que é o ClassApp e não o grupo de mães".

Fofoca entre equipe escolar

Dos corredores da escola à sala dos professores: as fofocas também acontecem entre a equipe escolar e podem tornar o ambiente de trabalho tóxico. Além disso, fofocas durante o horário de trabalho podem gerar processo por dano moral ao funcionário lesado.

Ao perceber que o ambiente está sendo afetado por fofocas, a gestão, direção e a coordenação devem intervir e não podem ser omissas com a situação vexatória. É esperado que sejam tomadas providências preventivas ou repressivas para lidar com o problema.

ilustração sobre código de conduta como prevenção de fofocas

Como medida preventiva, uma sugestão é criar um código de conduta a ser seguido pelos colaboradores e trabalhar para criar uma cultura organizacional positiva e empoderadora. Do lado repressivo, a escola pode advertir e suspender o funcionário que for identificado como responsável por propagar as fofocas.

Como evitar a fofoca na escola

Infográfico com o texto 5 passos para minimizar a fofoca na escola: aposte na comunicação não-violenta se esforce para ter um ambiente de empatia e respeito crie um código de conduta para os colaboradores desenvolva planos de prevenção ao bullying invista em um app que centralize a comunicação

Por mais "inocente" que a fofoca possa parecer, ela pode trazer consequências para o alvo e também para a escola. Portanto, é preciso saber lidar com esses casos e ter um plano de ação para lidar com os conflitos. 

No âmbito preventivo, uma das sugestões é trabalhar os conceitos da comunicação não-violenta e da empatia com os alunos desde cedo. Trabalhar para criar um ambiente positivo e de respeito entre os alunos é uma saída e pode ser utilizada em conjunto com a família, reforçando a premissa de não fazer com o próximo aquilo que não queremos para nós.

A comunicação clara, ágil e segura entre todos os agentes da comunidade escolar também é essencial para ajudar a criar esse ambiente. Ao utilizar uma ferramenta como o ClassApp, a escola consegue fornecer informações de forma muito rápida aos responsáveis e colaboradores, diminuindo o espaço para que surjam ruídos na comunicação.

Além disso, por meio dos canais de comunicação e também das mensagens privadas, com o ClassApp fica fácil enviar um comunicado para turmas ou alunos específicos sem que isso gere as fofocas, já que as mensagens são visualizadas apenas pelos interessados nelas e apenas o administrador daquele canal tem acesso às respostas enviadas por famílias.

A fofoca está associada a conflitos. Quando em excesso, ela pode trazer consequências sérias para a escola, desde processos jurídicos à evasão de alunos.

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